terça-feira, 10 de setembro de 2013

Carne





De repente
em setembro
o sabiá laranjeira
canta.

De repente é janeiro
e são 6:00
e dois coqueiros
esbarram o sol nascente (imaginário).

Tão logo é junho
e te espero
o ranger das tábuas
de madeira.

Sinto abril
metonímia de maio
e março sem graça
fevereiro tão quente.

De repente é setembro.

Mas aqui é setembro
(é setembro)
e já foi.

É setembro
e já não sei
se amanhã
pulsará atemporal
esta tal de carne. 

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