domingo, 23 de dezembro de 2007

Era uma sombra larga

As palavras são corpos

Que vivem, dançam, entrelaçam-se à beira de um abismo.


As palavras são corpos em dúvida,

Esbarrando na multidão, roubando olhares.


Os corpos e as palavras têm a mesma substância:





Lembranças coletivas num desesperado movimento desbotante.


As palavras se degeneram,

Morrem aos poucos.

Compõem o seu último abraço no limite do agora.

Depois, descansam em túmulos para serem visitadas e resignificadas.


A morte da palavra, como ela é necessária!

Poderia eu segurá-la na carência de sua vida, em sua eterna indefinição?

Infelizmente, quando minha consciência lança sua mão para agarrá-la, é tarde demais.


Num suspiro seco, a palavra cai sobre seu próprio corpo fatigado, desabando em sua própria sombra larga.

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