domingo, 11 de novembro de 2007
Dois pés no freio
Um acorde conhecido tocou na minha lembrança. Os tempos haviam mudado, mas era a mesma época do ano; logo, aromas e luminosidades semelhantes.
A pura ilusão da familiaridade. Como se enxergasse uma pintura de um povo distante, aquele momento - aquele acorde - deixava o seu significado mais profundo escapar entre os dedos toda vez que eu arriscava abrir a boca em busca de algo a dizer.
O olhar, no fundo, é sempre assim: coextenso ao momento.
Pura ilusão.
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3 comentários:
Relativo... se o acorde for o desafino destruído, melhor que escape, a não degradar a melodia, e talvez seu significado só o traga o caos...
Mas se for o acorde mágico da obra... ilusão é achar que ela escapou, meu caro...
Seja desafinado ou magistral, é ilusão pretender apreender o significado do acorde (ou do momento, acorde metaforizado) nele mesmo.
ahhh... o momento.
Talvez o momento seja o responsável pela importância do acorde.
;)
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