Num lugar distante -
tão além -
Convidei-te para dançar,
refratar a luz fria de uma imensidão branca,
em passos improvisados,
sobre as fissuras do mundo de gelo.
Escalando notas, deslizando em sonhos
de quando eras criança
de quando patinavas numa fresta do tempo.
Lembro-me: amava-te desde então
Quando não acreditavas nas horas
E quando estavas imersa em sentimentos uníssonos.
Quero, nesta dança rodopiante,
nesta pintura que escorre a cada instante:
Sem qualquer propósito,
criar algo belo...
... amar-te de novo...
Penso que passei minha vida inteira à espera deste momento.
Na dança no gelo,
as fissuras nos dizem tanto:
enquanto toda luz - tanta luz em desespero - se vê impotente frente à união de nossos corpos,
as rachaduras mostram que este momento é real.
Por mais bela que seja a melodia entrelaçada,
intrincada em nossas mais distantes lembranças,
somos corpos que, após o rodopio, não têm outro destino
que não cair
sobre o gelo.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
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4 comentários:
Que que NY não faz, né? =D
Ai, precisava falar, Bier: essa tua poesia está perfeita. sério. Uma sintese amorosa! de onde vc tirou a idéia da dança no gelo??
vc escreve muito...
Beijo!
Carol
ai, postei no email do meu namorado! rssss
Carol
"as rachaduras mostram que este momento é real"
é o enlace de tudo
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