Sobre o pesar das botas
sobre o fremir das coxas
condenso um saber
- sei que quero habitar esta latitude.
Sei que quero
morrer tua navalha
que sobe das botas à virilha
em linha contínua
- branca, longa, contínua -
sei que quero
tua navalha
tiritando meus pêlos.
E lá onde a linha foge
condenso um olhar:
silencioso, ele silencia.
A linha foge
escapa de baixo para cima
feixe que foge às botas às virilhas
escapa como luz
e onde ele estanca
sei que silencio
ali
condenso uma perplexidade
ali, o frêmito para
ali vivo obtuso
no agudíssimo ângulo
do teu olhar.
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