Maio
liberta o dia,
maio,
segura a noite
por mais uns minutos.
Eu lhe disse:
“sou filho do verão,
você,
alento,
escape
deste ruído úmido
cerrado
da cidade”
Ela recostou a cabeça em meu ombro
enquanto caminhamos.
Nada disse.
“o vento que sopra maio
não é daqui” – quis dizer.
“o vento de maio sopra outro,
sente que sou outra?”
–
seus
olhos aquiesceram,
perguntantes,
um respiro, e só.
Então nada soube
tudo quis.
O vento de maio
suspirou a mim.
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