sábado, 6 de março de 2010
Sobre vida
Suspenso por tensos barbantes,
Prendo a respiração
Guardo-a na garganta, no tronco,
Até que ela se dissipe em mil faíscas
nas pontas dos pés.
Solto-me do diabo em minhas costas,
Dou adeus à eterna repetição das horas,
À cansada sedimentação de gravidade
Nos pontos cegos da memória;
e toco a vida
Com a tristeza que carrego nos dedos;
Com a potência dobrada nos seios;
Com o fulgor que cintila em minhas coxas contraídas.
Contraídas: sobre a vida.
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3 comentários:
não é pela minha contribuição (nhé), mas esse ficou lindo.
acho que é um espelho, me vejo.
beijo.
vi talento e sucesso nessa
Lindo demais!
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