sábado, 20 de fevereiro de 2010
A Joachim na Montanha
Depois da tempestade
Insiste uma chuva fina em sacralizar o vento
E profanar o trovão.
Ouço um galo longe,
Lá onde rebatem os uivos do céu
E ressoam os sinos de luz: sobressaltos de Chronos.
A casa está vazia
E é lá de fora que entendo chamarem meu nome -
desconstruído, amassado, irreconhecível:
fonemas brutos, toscos, de outros arquitempos.
Sinto o apelo atravessar meu corpo nu
Pura carne, músculos tensos:
sorriso sacrificial.
O soçobrar dos tambores
Assusta o que resta de humano em mim:
os olhos pensos,
os ossos fatigados
e o constante destilar de um humor plúmbeo
Que não corroe,
Não mata,
Apenas faz sobre-viver.
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Um comentário:
gostei tanto deste.
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