
O pé
que oscila
sobre as pedras arruinadas
não hesita:
seu movimento não rompe nada,
não cumpre qualquer desígnio;
rente ao metal contorcido,
não se afia o abandono em sua pele,
nem se dobra o acolhimento em seus dedos;
entra meramente.
No vulto róseo, que sobe ao ar
e acompanha o gesto humano,
a palavra trai-se
e cai exausta
“sem memória, sem angústia”.
Mutando-se,
ela arfa moribunda:
marca da passagem,
trata-se somente do sopro
da terra dissoluta.